1. Entre as décadas de 1950 e 1960 foram
criados órgãos de planejamento regional destinados a estimular o
desenvolvimento socioeconômico das regiões brasileiras. Grande parte desses
órgãos foi extinta nas décadas posteriores por não atenderem aos objetivos propostos.
Quais foram as ações positivas desses órgãos de planejamento e quais as
principais críticas feitas a eles?
Resposta
Entre as ações positivas destacam-se os
projetos de irrigação do semiárido nordestino. Porém, diante do montante de
verbas destinadas pelo poder público a tais órgãos, poucas ações foram
realizadas com sucesso. Houve muita corrupção, desvios de verbas e benefícios
concedidos às grandes empresas em detrimento das pequenas e médias. Tais problemas culminaram na extinção desses
órgãos.
2. Por que a regionalização do Brasil feita pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apesar de ser a mais
utilizada, não é considerada atualmente como a divisão mais apropriada para
compreender os aspectos naturais e socioeconômicos do território brasileiro?
Resposta
De acordo com a divisão
regional proposta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
os limites de cada região coincidem com as fronteiras dos estados, porém, a
realidade nem sempre obedece às separações administrativas. Além disso, as
regiões são muito grandes, ofuscando, muitas vezes, características naturais e
socioeconômicas relevantes que ocorrem em uma parcela menor do território.
As
transformações naturais, sociais e econômicas ocorridas no território fizeram
com que a divisão regional do IBGE se tornasse ultrapassada diante da realidade
do país. O próprio IBGE admite
tal fato.
3. Quais são as regiões brasileiras de acordo com os
critérios geoeconômicos? Quais são as principais vantagens desse tipo de
regionalização?
Resposta
O território brasileiro é dividido em três
regiões geoeconômicas: Amazônia, Nordeste e Centro-Sul. Essa divisão é mais
adequada para compreender a diversidade regional do Brasil, possibilita
estabelecer as relações e a interdependência entre as diversas porções do
território brasileiro e ajusta-se melhor ao processo de formação
histórico-territorial do país.
4. Por ser considerada a região geoeconômica mais
desenvolvida e industrializada do país, parte da população de alguns dos seus
estados defendem a proposta de separação destas unidades da federação do
restante do país.
a) De que região geoeconômica está se falando?
b) Quais são os estados que compõem essa
região? De acordo com a ideia dos movimentos separatistas, quais desses estados
se separariam do Brasil para formar um país independente?
c) Quais são as justificativas alegadas
para a separação de tais estados do restante do Brasil?
a)
Trata-se da região Centro-Sul.
b) A região Centro-Sul é composta por Rio
Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito
Santo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal e partes dos estados de
Minas Gerais, Mato Grosso e Tocantins. Desses estados, Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Paraná e, para alguns, São Paulo se separariam do Brasil, segundo os
adeptos dos movimentos separatistas.
c) A defesa de tais ideias decorre das
desigualdades regionais existentes no país. A separação dos estados do Sul do
Brasil, com a inclusão ou não de São Paulo, levaria à formação de um país
desenvolvido, com padrões de vida comparáveis aos países da Europa Ocidental.
Com a efetivação desse processo, os recursos econômicos captados seriam
investidos nessa região, e não em outros estados da federação.
5. Alguns autores defendem a teoria de que as
disparidades regionais no Brasil resultam de um “colonialismo interno”, em que
as áreas industrializadas exerceriam o papel de metrópoles e as áreas mais
pobres, o de colônias. Explique as ideias favoráveis e contrárias a essa
teoria.
Resposta
Os defensores dessa teoria argumentam que
existe uma relação de exploração de umas regiões por outras, resultando no
desenvolvimento de uma área à custa do atraso de outras, que atuam como
fornecedoras de matéria-prima e mão de obra barata para as áreas mais
desenvolvidas do país. Outros argumentam que tal teoria é equivocada em virtude
da coexistência, em países ricos e pobres, de áreas com graus variados de
desenvolvimento econômico e social.
6. Por que o Nordeste brasileiro é considerado uma
“região-problema”?
Resposta
Porque é considerada como uma região
decadente, com graves problemas sociais e econômicos em seu território,
necessitando, portanto, de ajuda governamental para se desenvolver.
7. Quais são as principais atividades econômicas
desenvolvidas na Amazônia? Por que o atual processo de ocupação e
desenvolvimento econômico da região é predatório?
Resposta
Na Amazônia se desenvolvem atividades
ligadas à agropecuária, ao extrativismo vegetal, à mineração e à atividade
industrial. Tais atividades são consideradas predatórias por causa dos impactos
sociais e ambientais que provocam, como a destruição da floresta e da fauna, o
extermínio de nações indígenas, a exploração da mão de obra e os conflitos
entre os pequenos proprietários de terras e os posseiros pela posse e
exploração dos recursos existentes no território.
8. Apesar de possuírem graus de desenvolvimento social e
econômico diferenciados, as três regiões geoeconômicas do Brasil possuem uma
série de problemas em comum que dificultam um desenvolvimento mais
igualitário do país. Quais são esses problemas? Em sua opinião que estratégias
amenizariam ou promoveriam a resolução de tais problemas?
Resposta
Entre os principais
problemas comuns às regiões geoeconômicas existentes no Brasil destacam-se: a
concentração de terras e de renda nas mãos de poucos, a corrupção, o mau uso
dos recursos públicos, os altos níveis de criminalidade e a precariedade dos serviços
sociais, como educação, saúde e moradia.
Entre
as estratégias que podem ser elencadas pelos alunos destacam-se: a ampliação
dos investimentos públicos na área social, o combate à corrupção, a maior
participação e atuação da sociedade civil nos debates e nas decisões políticas
quanto ao uso e destinação dos recursos públicos, entre outras.
9. As imagens abaixo representam duas áreas localizadas
no Sertão nordestino, atingido periodicamente pelas secas. Explique os motivos
da existência de realidades tão contrastantes em uma região caracterizada por
aspectos naturais semelhantes.
Antônio Gaudério / Folha Imagem
Criança brinca em área afetada pela seca no sertão de Pernambuco
.
Márcio Garcez / Folha Imagem
Sistema de irrigação, em Canindé de São Francisco (SE). Foto tirada em
18/11/2004.
Resposta
A existência de realidades tão
contrastantes na mesma região ocorre em virtude da chamada “indústria da seca”.
Essa indústria consiste no desvio de verbas públicas destinadas à construção de
açudes nas áreas carentes atingidas pelas secas para o desenvolvimento de
projetos de irrigação nas grandes propriedades rurais pertencentes a uma elite
política e econômica da região. Tais pessoas se aproveitam do fenômeno das
secas para captar investimentos públicos aplicados nas grandes propriedades
rurais, dificultando, dessa forma, a resolução do problema.
10. A maior parte da infraestrutura de transportes no
Brasil se concentra na região Centro-Sul. Que fatores são responsáveis pela
distribuição geográfica desigual da rede de transportes existente no Brasil?
Resposta
A rede de transportes existente no Brasil
se concentra na região Centro-Sul em virtude da concentração populacional
principalmente nas metrópoles nacionais e regionais. A maior parte dos
estabelecimentos industriais e agropecuários também está localizada nessa
região.