A região constituída pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, ocupa uma área de 924.266 km² , que corresponde a 10,85% do território brasileiro, com uma população de 62.660.700 habitantes – 42,7% do total brasileiro.
Aspectos físicos
Relevo
Do litoral para o interior, sucedem-se:
Planície costeira, com baixadas, praias, dunas, restingas, lagoas costeiras e baías.
Planalto atlântico, muito acidentado, com muitas serras: do Mar, da Mantiqueira, do Espinhaço, etc.
Planalto meridional dividido em: planalto arenito-basáltico e depressão periférica.
Hidrografia
A região é percorrida por rios de planalto, com grandes possibilidades de aproveitamento hidrelétrico. As principais bacias são: do Paraná, São Francisco e do Leste.
Clima
Os tipos de climas que atuam na região são: tropical, na maior parte da região; tropical de altitude, na parte leste, onde o relevo é mais alto; subtropical, no sul e; semi-árido, no norte de Minas Gerais.
Vegetação
A Mata Atlântica é a formação original no leste; os cerrados são comuns nas áreas de clima tropical mais seco; as caatingas aparecem em trechos de clima semi-árido; no sul a floresta subtropical e a vegetação de praia, junto do litoral.
Visão geral
O sudeste recebe migrantes de todo o país e é a região de maior peso na economia do país, possuindo o maior parque industrial (São Paulo-Rio-Minas), o mais elevado grau de urbanização, a maior densidade viária e os portos e aeroportos mais desenvolvidos e movimentados, bem como as principais universidades e centros de pesquisa do país.
O sudeste apresenta também uma série de problemas próprios de um país de economia dependente. A penetração do capitalismo na agropecuária liberou grandes contingentes de mão-de-obra, seja pela mecanização das atividades, seja pela concentração de propriedade da terra. Esse pessoal migrou para as cidades que não se aparelharam o suficiente, ocasionando, por conseguinte, a multiplicação de favelas e cortiços.
A agropecuária não apresenta bons resultados em sua totalidade: no norte de Minas pratica-se uma pecuária extensiva; há bolsões de pobreza no Vale do Jequitinhonha, no Espírito Santo e no Vale do Ribeira, em São Paulo, para citar alguns exemplos.
O Sudeste, coração urbano-industrial do Brasil
Vamos verificar que essa porção do território brasileiro concentra a maior parcela da produção agroindustrial e apresenta os melhores padrões de renda da população brasileira. Ao mesmo tempo, apresenta muitas carências quanto aos serviços básicos: transporte coletivo, saúde e educação, principalmente nas grandes cidades.
A região Sudeste é caracterizada por forte desenvolvimento industrial, agricultura muito dinâmica, intensa circulação de mercadorias e pela presença das maiores metrópoles do país. Esse desenvolvimento foi possível devido aos aspectos naturais, à atividade humana na região e à dinâmica da economia que
ali se estabeleceu.
A concentração industrial na região Sudeste
A região Sudeste apresenta um quadro natural privilegiado. É cortada pelo Trópico de Capricórnio na altura da cidade de São Paulo. A localização e o relevo da região permitem a predominância do clima tropical, que apresenta maior regularidade no regime de chuvas, com verão quente e chuvoso e inverno de temperaturas amenas e chuvas escassas.
Um dos aspectos que marcam a paisagem do Sudeste e a distinguem de outras regiões do Brasil é justamente o relevo. Ele apresenta uma topografia com predomínio de terras elevadas, isto é, de serras e planaltos. Nessas áreas ocorre o clima tropical de altitude, no qual as temperaturas são mais amenas.
As serras do Mar e da Mantiqueira formam a borda escarpada do Planalto Brasileiro, que vai declinando suavemente para o interior. Esse relevo funciona como um grande divisor de águas, responsável pela formação de dois grandes rios brasileiros: o Paraná, que corre para o sul, e o São Francisco, que se dirige para o norte.
Devido ao grande número de quedas d’água, esses rios apresentam grande aproveitamento energético, com usinas hidrelétricas como Itaipu, Furnas e Três Marias, entre outras, que abastecem de energia elétrica as indústrias e as cidades do Sudeste.
Vários recursos naturais importantes para as indústrias são encontrados na região Sudeste. Atualmente, a extração e a produção de matérias-primas minerais e energéticas contituem importantes fontes de recursos para a região. O petróleo - no qual se destaca o Estado do Rio de Janeiro, com cerca de 70 % da produção nacional - e o minério de ferro - extraído do Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais - são importantes recursos naturais que alimentam a atividade industrial do Sudeste.
Os solos férteis do trecho paulista do planalto foram muito importantes para a expansão do café. Conhecidos como terra roxa , devido à sua tonalidade escura, esses solos, que se estendem em direção ao sul do país, são provenientes da alteração de rochas vulcânicas, originadas por derramamento de lavas.
A economia cafeeira trouxe investimentos, atraiu mão-de-obra e implantou ferrovias, principalmente em São Paulo. Todos esses fatores facilitaram o processo de industrialização da região Sudeste, que apresenta grandes complexos industriais, como as áreas metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, e núcleos industriais importantes, como Campinas, São José dos Campos e Ribeirão Preto, em São Paulo, Volta Redonda e Barra Mansa, no Rio de Janeiro, e Juiz de Fora e Ipatinga, em Minas Gerais.
A atividade industrial está se expandindo para novas áreas, como o sul de Minas Gerais ou o norte do Espírito Santo, onde a produção de celulose para a fabricação de papel está modificando radicalmente a paisagem de cidades como Aracruz, que hoje dependem diretamente dessa atividade econômica.
A agricultura da região também se destaca das demais do país. Por ser predominantemente moderna, com nível técnico avançado, é bastante integrada à indústria. A região Sudeste concentra a maior parte da produção agrícola comercial do Brasil.
O café, que era produzido no passado em São Paulo, hoje é o principal produto de exportação de Minas Gerais. A soja e a laranja também são itens importantes no comércio exterior brasileiro.
O Brasil é responsável pelo fornecimento de cerca de 70 % do suco de laranja consumido no mundo, em sua maioria proveniente das plantações do Estado de
São Paulo.
A região Sudeste é, do ponto de vista econômico, a região mais integrada do país. Nela se encontram adensadas a maior parte das malhas ferroviária, rodoviária, de distribuição de energia e de telecomunicações.
São Paulo controla o mercado financeiro nacional, sediando os principais bancos privados e movimentando capitais na maior bolsa de negócios do país.
A indústria cultural também é fortemente concentrada no Sudeste, onde estão os principais jornais de circulação nacional e as sedes das grandes redes de televisão, que difundem para todo o Brasil os hábitos de comportamento de uma sociedade urbana e integrada no mercado mundial, o que não é a realidade da maioria dos lugares dispersos no território nacional.
É também na região Sudeste que se encontram as maiores cidades brasileiras, em grande parte resultantes do processo de concentração industrial. O crescimento acelerado desses centros urbanos não foi acompanhado por uma equivalente oferta de serviços básicos, como transporte público, educação e saúde. Isso produz fortes pressões sobre os governos municipais, a quem cabe a responsabilidade pelo atendimento direto à população.
Assim, a concentração de população e de atividades econômicas também gera problemas. A degradação do meio ambiente tem sido uma constante na região. A destruição quase completa da vegetação nativa, a intensificação dos processos erosivos e as enchentes nas cidades, por exemplo, são processos causados pela ocupação rápida e desordenada das encostas e margens dos rios.
Outro grande problema é o agravamento das tensões sociais nas grandes cidades. A concentração da renda, aliada à crise econômica, produz um quadro de subemprego e desemprego que cria, nas metrópoles do Sudeste, verdadeiros “bolsões” de pobreza, onde crescem a violência e as práticas ilegais que ameaçam a conquista da cidadania e a construção democrática da nação.
A região Sudeste apresenta condições naturais marcadas pela presença de serras e planaltos. A disponibilidade de recursos naturais e seu processo de ocupação, em grande parte comandado pela economia cafeeira, criou condições favoráveis para iniciar e consolidar o processo de industrialização no Brasil.
A região Sudeste possui o maior parque industrial do país. Conta com uma agricultura moderna e diversificada e apresenta uma densa rede de transportes, principalmente rodoviária.
Na região Sudeste localizam-se as maiores metrópoles brasileiras, onde predominam as atividades industriais e de serviços. Tais metrópoles constituem centros financeiros nacionais.
Nessas concentrações urbanas, porém, encontramos os maiores problemas da região, que são a degradação do meio ambiente e a pobreza de uma parcela ponderável da população.