sexta-feira, 12 de março de 2010

SOLDADO DA PM 2010 - GEOGRAFIA DO RIO DE JANEIRO


Freqüentemente citada como "cidade maravilhosa", o Rio de Janeiro, capital do estado de mesmo nome, é um dos dois centros economicamente mais importantes do Brasil. A atividade econômica e política da metrópole, porém, convive com sua intensa atração turística, propiciada pelo incomparável cenário de belezas naturais, assim como por edifícios e monumentos históricos que relembram os quase dois séculos em que a cidade foi capital federal.
DESENVOLVIMENTO URBANO.
O núcleo da cidade desenvolve-se como um grande arco ao pé do maciço da Tijuca, cujos esporões rochosos impõem, em diversos pontos, um estrangulamento no espaço urbano. Com o nome local de serra da Carioca, esse maciço prolonga-se na direção leste até quase as margens da baía e delineia uma divisão da cidade em dois setores praticamente isolados -- a zona norte e a zona sul, embora também se estendam subúrbios por uma zona oeste.
A inauguração de Brasília, em 1960, encerrou uma longa fase do Rio de Janeiro, transformado em estado (ou cidade-estado) da Guanabara, até 1975, quando seu território foi integrado ao estado do Rio de Janeiro. As obras realizadas desde então incluem os túneis Dois Irmãos, Pepino e Joá, o alargamento da praia de Copacabana e a remodelação da avenida Atlântica, o metrô, cuja primeira linha foi aberta em 1979, a estrada Lagoa-Barra, de 1982, dezenas de viadutos, a ponte Rio-Niterói (oficialmente, Presidente Costa e Silva) e a Linha Vermelha, que em 1994 ligou São Cristóvão à rodovia Presidente Dutra, em São João do Meriti, num percurso de mais de 21km.
Com o agigantamento, agravaram-se os problemas sociais, multiplicaram-se as favelas e a criminalidade atingiu cifras assustadoras. Na década de 1980, o Rio de Janeiro viveu uma grave crise econômica, que culminou com a admissão da falência da prefeitura em 1988. No mesmo ano, decretou-se calamidade pública na cidade em decorrência das fortes chuvas que deixaram dezenas de mortos e milhares de desabrigados. Na passagem do ano, um acidente de repercussão internacional contribuiu para desgastar ainda mais a imagem da cidade: o naufrágio do Bateau Mouche IV, que matou 55 pessoas na baía de Guanabara, em virtude de uma série de irregularidades no barco, que foram mais tarde reveladas pelas investigações.
No início da década de 1990 a população assistiu à gradual recuperação econômica e urbanística da cidade. Realizaram-se obras de pavimentação, drenagem e de tratamento paisagístico da orla carioca, do Leme ao Recreio dos Bandeirantes. A maioria desses empreendimentos coincidiu com a fase de preparação da cidade para a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92), em que foram assinadas importantes convenções internacionais sobre os problemas ecológicos do planeta. Como parte do projeto de conservação do patrimônio histórico da cidade, tombou-se em 1993 o largo do Boticário, o forte de Copacabana, os jardins de Burle Marx e o conjunto arquitetônico da ilha Fiscal, na baía de Guanabara, entre outros monumentos.
A cidade começou então a crescer em direção à Barra da Tijuca e ao Recreio dos Bandeirantes. Houve um acelerada expansão imobiliária nesses bairros, e a Barra se tornou importante pólo de lazer e comércio carioca, com shoppings, hipermercados, inúmeros teatros e cinemas, além de restaurantes e casas de espetáculos. Esse cenário de desenvolvimento econômico rivalizou, porém, com a violência crescente do tráfico internacional de drogas, que aumentou seu domínio sobre as favelas cariocas face à desorganização do aparelho policial. Ondas de seqüestros, assaltos e assassinatos afugentaram uma das principais fontes de renda da cidade, o turista, amedrontado pelas denúncias de crimes violentos, como o massacre de sete crianças na Candelária e de 21 pessoas na favela de Vigário Geral em 1993. Para conter essa onda de violência, o Exército foi convocado para colaborar no combate ao narcotráfico.
Atividades econômicas. O fato de ter sido durante muitos anos a capital do país explica o grande desenvolvimento da indústria no Rio de Janeiro. A cidade também foi por muito tempo a maior do Brasil, além de ser o maior centro consumidor e maior porto. A proximidade da serra do Mar, com grande potencial hidrelétrico, também favoreceu o crescimento industrial. No Brasil, apenas o complexo industrial formado em torno da capital paulista supera em importância o do Grande Rio.
A função comercial colocou sob o comando do Rio de Janeiro uma ampla área econômica integrada pela zona canavieira do estado do Rio, a antiga região cafeeira do vale do Paraíba do Sul e, em Minas Gerais, a região agrícola da zona da mata e a região pecuária do sul do estado. O desenvolvimento industrial, principalmente a partir da abertura da avenida Presidente Vargas, e a expansão do centro da cidade, provocou o deslocamento das indústrias para a periferia da cidade. Em conseqüência desse processo, muitas localidades do estado do Rio de Janeiro se transformaram em apêndices da metrópole carioca. Entre as fábricas instaladas na periferia, aponta-se a refinaria Duque de Caxias, no município de Duque de Caxias, como uma das principais.
A tendência de espalhar-se o parque industrial na periferia contribuiu para o esvaziamento econômico do antigo estado da Guanabara, que nada mais era senão o município do Rio de Janeiro. Para criar condições favoráveis à implantação de novas indústrias, foram planejados os distritos industriais da Fazenda Botafogo e dos bairros de Costa Barros e Santa Cruz. A usina da Companhia Siderúrgica da Guanabara (Cosigua) foi privatizada.
As atividades agropecuárias têm pouca expressão no município, por sua pequena área e pelo caráter urbano da ocupação humana. A zona rural situa-se na porção ocidental, de Santa Cruz, Campo Grande e Sepetiba. A cultura da laranja e de outras frutas, legumes e hortaliças, decaiu em virtude do empobrecimento dos solos e da vertiginosa valorização das terras, como resultado da industrialização. A metrópole carioca recebe produtos hortigranjeiros de outros municípios fluminenses, Minas Gerais e áreas mais afastadas, sobretudo de São Paulo. Parte do desenvolvimento do Rio de Janeiro deve-se também a seu porto, um dos maiores e mais mais bem aparelhados do país.

Um comentário: